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31-05-2005

O Estado da Tanga


Editorial

Maior parte dos portugueses, que, a partir de Julho, vão pagar mais impostos indirectos, já nem se lembram que podem ir comprar medicamentos aos supermercados ao mesmo preço das farmácias. As medidas drásticas para combater o défice têm também a vantagem de fazer esquecer as más medidas governativas, mas também as boas leis, como a de que falei há quinze dias.

Os portugueses perceberam bem, apesar das graves lacunas de interpretação na língua mãe de que os acusam, aquilo que o Eng. Sócrates candidamente disse, num debate televisivo "Nós não vamos aumentar os impostos porque essa é a receita errada (...) Não vamos cometer os erros do passado ", José Sócrates, RTP, 14.04.2005!!! Ou já depois de primeiro-ministro "Parece que há muita gente preocupada em dar conselhos ao Governo. Eu recomendo que leiam o meu programa: não está no programa nenhum aumento de impostos"!!! (ver - http://www.jb.pt/download/ProgramaGovernoXVII.pdf -e confiram - é verdade)

O anúncio de aumentos dos impostos deixou muitos portugueses em estado de choque (revoltados) e a afundados num Estado da tanga (mentira), depois de estarem já no trilho do estado de tanga (sem “cheta”). Afinal, Abril não é assim tão longe e acostumada amnésia eleitoral costuma levar mais tempo a passar.

Percebo que Sócrates esteja aflito, impaciente e até pesaroso, com o nariz a crescer como um verdadeiro pinóquio. A governação socialista fica-se, afinal, pela simples continuidade das medidas dos dois anteriores governos. Tudo o que foi prometido deverá ser ignorado. Tudo o que foi contestado (e que esteve na origem sua da vitória eleitoral) será recuperado. Para engolir este monstro (elefante) é preciso criar um novo embuste ou um novo equívoco e para isso, o défice serve perfeitamente.

Os sacrifícios que nos pedem, em nome do défice, não fazem com que ele desapareça. O verdadeiro problema está na despesa crescente que o nosso estado não consegue controlar e é essa despesa que gera estes impostos e trará ainda mais alguns. O défice é um como um manómetro duma máquina, ou um termómetro para um médico. Indica-nos estado de funcionamento da máquina ou a febre do doente. Fazer baixar o termómetro ou o alterar a leitura do manómetro não dá saúde ao paciente nem faz com que a máquina funcione melhor. É preciso atacar a doença ou reparar a máquina. A doença não é, pois, o défice mas, sim, a despesa a mais. Deve ser combatida com políticas coerentes e multidisciplinares de crescimento económico e com o corte nas despesas supérfluas do estado.

A política dos anteriores governos falhou porque, ao estrangular a economia, gerou um conjunto de despesas adicionais ao Estado (subsídios de desemprego, reformas antecipadas, etc); os investimentos produtivos não são, todavia, aeroportos megalómanos, grandes festas e estádios de futebol, rotundas ou fontanários. O investimento produtivo é aquele que ajuda a criar postos de trabalho, que incentiva a produção, que investe na formação dos portugueses. O senso comum recomenda a um industrial cujo produto começa a ter dificuldade de venda, que corte na margem de lucro e até baixe o seu preço.

O Governo aumentou o preço. O problema é que qualquer dia não tem quem compre.

O governo, que até começou bem ao estruturar, recatadamente, o seu elenco ministerial, estampou-se na primeira curva da governação. Atemorizou-se com o monstro e, em vez de atacá-lo com determinação, atira os impostos dos portugueses para o seu estômago e continua a enchê-lo de benesses e honrarias como provam as escandalosas nomeações do Dr. Fernando Gomes para a administração da GalpEnergia. E a do Eng. Nuno Cardoso para as Águas de Portugal.

São os primeiros boys por conta do défice.

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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